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13 de out. de 2013

Desmedida

E as vezes é assim. Nem tudo é como a gente quer. 
Vez em quando engasga, quase pula pela boca e a gente engole de novo. É exatamente isso que estou sentindo agora. Não sei se é amor, uma agonia desmedida, uma ansiedade quase doente que não me permite nem olhar para o lado; apenas esperar o acontecer totalmente diferente de como eu sonhei.
E eu fico a esperar o sol se por ou nascer de novo.
É como se fosse um vai e vem de tristezas que se põe junto com o sol e quando ele nasce volta e a gente revive, vive, agoniza, quase morre e até sobrevive. 
Deve ser amor, pode ser a dor causada por um excesso de alegria que aperta o peito até explodir. Essa vontade de ter sempre, cuidar sempre, querer sempre, proteger. Quase me obriga a botar tudo dentro de uma bolha e excluir dessas aberrações do dia a dia. E eu não era assim. Estou ficando cheia de paranóias que me sufocam e me afogam e me forçam a respirar só por um orgulho besta de não perder, de nunca perder. Perder o que eu nunca tive e agora tenho. Perder mais uma vez a confiança na vida, e de novo, de novo até desaparecer. 
Desaparecer junto com essa besteira de ter fé na vida e acreditar nos sonhos. Com essa idiotice de ter medo. Com o fracasso do fim. Fim de tudo, inclusive de mim. Um ser tão quebrado, deturpado, destruído, estuprado pela sociedade; que esfrega meu passado todos os dias às seis da manhã quando pego o ônibus para ir ao trabalho. E a absolvição é sempre o pior erro. Devíamos ser condenados pelos nossos crimes, principalmente o de amar.

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