Páginas

12 de out. de 2013

Não aprendo nunca

Ainda me surpreendo quando lá no fundo sei que acredito no amor e que a vida nem sempre é cruel.  Às vezes tento me conformar e pensar que o  meu destino é deixá-los ir. Sempre tão fugaz, como a beleza do tempo que acaba com quase toda a minha dor. Não consigo segurá-las. As pessoas caem por entre meus dedos deixando sempre um restinho de sentimento ingrato que não me permite nem raiva sentir.
 Às vezes olho pra mim e me irrito por ainda ter medo de ficar só, medo de não ter ninguém segurando minha mão na hora da morte, medo de não poder dizer ofegante e toda suada: “é o nosso filho, mor”.


Esses putos com quem me relaciono talvez nunca saibam a alegria de todo esse momento. Esses momentos além do sexo e do banho rápido.
Essas coisas que seguram um namoro depois que já acabou a faculdade e a vida é necessariamente juntar grana pra comprar um carro. Essas coisas legais que você faz quando não consegue comprar ingresso para o festival em que queria tanto ir. Essas coisas tipo comer batatas fritas e tirar fotos com caretas estranhas.
Pois é, essas coisas as vezes me fazem pensar que sou tão inútil que talvez não mereça nada disso e que eu estou apenas pagando pelo tempo que me fechei para o mundo e disse não, sem nenhum receio, para a felicidade. Com certeza, se tivesse feito diferente poderia estar chorando por um ingrato sentimento que ainda me perturba mesmo não tendo ninguém para me fazer cafuné, mas estaria aliviada por todas as chances que me dei para quebrar a cara. É melhor isso do ficar pensando em como seria se tivesse amado de verdade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comentários ofensivos serão excluídos